Ao folhear o jornal Metro
na sexta-feira passada, dei por mim a pensar no conceito de inteligência
emocional sugerido pelo artigo Novos Cromos,
no qual se discutia a mutação constante do conceito de inteligência bem como as
ferramentas necessárias para o sucesso dos mais novos.
A noção de inteligência emocional aponta para a necessidade
da criança saber reconhecer os diferentes tipos de realidade, saber relacionar-se e tirar partido dos meios de que dispõe.
Segundo Sue Palmer, ex-professora e autora de Toxic
Childhood, “podemos chamar a uma criança de ‘inteligente’ se reconhecer a
diferença entre o mundo real e o mundo virtual. E isso requer conhecer o
conceito de realidade, desenvolvido na infância, que requer interacção com
pessoas e coisas reais”.
Num mundo em que somos tomados de assalto por informação ininterrupta e em bruto é efectivamente necessário sabermos
escolher, filtrar. Mas é preciso sobretudo sabermos entusiasmarmo-nos com a
novidade, com a aprendizagem, com o conhecimento que existe nos mais variados
pontos da experiência e cultura humana.
Hoje em dia os bons
resultados tornam-se mais acessíveis, não porque somos mais evoluídos mas
simplesmente porque algo ou alguém faz o trabalho por nós. Ainda que na escola
sejamos obrigados a concentrar-nos mais nos resultados de testes e exames do
que a desenvolver consciência crítica ou um pensamento criativo, preocupa-me
que estejamos cada vez menos apaixonados e entusiasmados pelo que nos rodeia.
Desde pequena a leitura sempre me fascinou, nunca a tomei
como uma tarefa árdua e cansativa. Ler para mim é visitar outras realidades,
conhecer outras personagens, descobrir novos mundos. Encontrei o entusiasmo entre as letras, assim como em museus,
viagens e em tantas outras coisas.
Podem perguntar para que me serviram todos
os livros que já li, na prática podem não ter servido para nada (ainda que não
acredite minimamente nisso) mas sem dúvida serviram para me tornar uma pessoa
mais rica e mais preenchida. Mais conectada a tudo o que se passa neste pequeno
planeta terra e só por isso já valeu a pena.
Não valerá a pena entusiasmarmo-nos outra vez?
xoxo.
Sem comentários:
Enviar um comentário