sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Hortelã-Pimenta = Tapas & Vinhos

Na minha última viagem até ao Allgarve (literalmente, pois está cada vez menos português), em Lagos, descobri o Hortelã-Pimenta

A hora tardia pedia umas belas tapas e a esplanada adorável, bem como o aspecto acolhedor do local fez-me querer parar para saborear.





O Hortelã-Pimenta é uma mistura equilibrada entre simplicidade e riqueza, quer nos pratos, quer na própria decoração. Uma esplanada decorada de forma rústica e simples coabita com um interior de cores quentes e ardente tango argentino.




Como a hora era tardia, petiscámos apenas umas coisinhas, entre elas uma deliciosa tiborna de azeite com oregãos e um maravilhoso prato de alheira assada com compota de maçã e redução de Vinho do Porto

Infelizmente apenas a tiborna sobreviveu o tempo suficiente para ser fotografada, já a pobre da alheira não pôde dizer o mesmo. Mas garanto-vos que o aspecto correspondia em pleno ao seu sabor delicioso.






Dado que não somos pessoas muito dadas à apreciação de vinhos, optámos por uns mojitos que tal como tudo naquele cantinho, estavam doces e no ponto.




Além dos sabores de deixar água na boca, o pessoal da casa é extremamente simpático e educado. It's always a plus!


Posto isto minha gente, assim que tiverem oportunidade dêem lá um saltinho. 

For me it's an absolutely "must do it again" thing.

Os meus parabéns ao chef.

I'm so god's private joke.




Na sequência da minha encantadora visita às Finanças, arrasto-me de lá para fora e a minha sandália "puff!" rebenta-se, em plena baixa lisboeta.

"Really god? Really?!" 

Em modo "perna cavalgante" sento-me numa esplanada e perante o olhar atónito da empregada peço fita-cola e não um café. 

A fita-cola chega e eu, qual Rainha do Bricolage, conserto a minha sandália e peço um café para compensar a amabilidade (ainda que cheia de reticências e incredulidade).

Com tudo isto, só tenho uma palavrinha a dizer a Deus, o Destino, Alá, Buda e yadayada yada:

At least i hope you're having fun!!

A vida de uma trabalhadora "independente"

A saga começou há mais de 9 meses atrás, quando a respeitável instituição que dá pelo nome de Segurança Social (qualquer semelhança com as SS nazis é pura coincidência, ou não) comete um erro e (as usual) não faz nada para limpar a sua própria sujeira. Depois de arrastada de repartição em repartição onde todos ralhavam mas aparentemente ninguém tinha razão, foi-me (não muito) amigavelmente sugerido que o erro era deles mas que eu é que teria de tentar corrigi-lo para não sofrer as consequências no meu próprio bolso e ver o meu imaculado registo fiscal arrastado pela lama. “A vida é difícil minha amiga”, pareciam dizer entre as linhas do seu discurso incompreensível.

Pois bem, apontaram-me a solução que não só não solucionou nada como ainda me criou um problema gigante com as Finanças, o outro bicho papão da mesma família. Coimas, noites mal passadas, um arrastar constante da situação e eis que, em Junho, recebo uma cartinha da própria Social Security a dizer que estava isenta e não teria de pagar absolutamente nada de Janeiro a Junho. Ora qual não é o meu espanto quando me dirijo à sede dos ditos cujos e uma senhora muito tranquilamente me diz: “A menina não tem de pagar absolutamente nada, a sua situação está perfeitamente regularizada!”. Nesse momento, a minha veia nervosa começa a ficar do mais nervosinha que há e passam pela minha cabeça imagens de destruição, muito sangue e lágrimas! Muito calma, pergunto o que vai ser então de todo o dinheiro que paguei até aí, mais uma vez a senhora tranquilíssima retalia e diz: “Ah menina, isso tem de escrever uma carta, voltar a uma repartição das nossas e esperar pelo reembolso.” Isto sugerindo que nem sequer tinham previsto devolver-me o valor e que é coisa para suceder lá para o ano de 2014 (estou a ser bastante positiva neste ponto, confesso.)

A braços ainda com o problema nas Finanças (mais uma vez reforço, criado pelas mentes brilhantes da S.S) embarco em nova batalha e tiro mais uma senha para falar com um senhor que decididamente não estava com muita paciência para fazer o trabalho dele e dispensar 10 minutos a ouvir o filme indiano que tem sido a minha vida. Devia estar num dia não, coitado, todos temos desses dias, embora acho que é de extrema importância conduzir um estudo de investigação sobre a quase sempre presente falta de paciência, educação e ética com a qual os ditos cujos funcionários públicos tratam os comuns mortais (ignorantes das leis absolutas e imutáveis destas instituições, pobres seres humanos destituídos de inteligência que teimam em cometer actos de estupidez, pois têm especial fixação em pagar coimas e ter problemas com o sistema fiscal). Acho que os resultados seriam surpreendentes! Ou não.

Pois bem, o tal senhor lá aceitou o meu requerimento, que vai agora para aprovação do Lord Almighty lá da repartição, dizendo que “cada caso é um caso” e como eles lá gostam que as pessoas vão inquietas para casa (mantém viva esta chama entre nós!), não me deu nem uma centelhazinha de esperança para o mês de espera que se avizinha.

Apesar de tudo isto, dá-me um calorzinho cá dentro pensar que a nossa história de amor ainda não acabou!