sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A vida de uma trabalhadora "independente"

A saga começou há mais de 9 meses atrás, quando a respeitável instituição que dá pelo nome de Segurança Social (qualquer semelhança com as SS nazis é pura coincidência, ou não) comete um erro e (as usual) não faz nada para limpar a sua própria sujeira. Depois de arrastada de repartição em repartição onde todos ralhavam mas aparentemente ninguém tinha razão, foi-me (não muito) amigavelmente sugerido que o erro era deles mas que eu é que teria de tentar corrigi-lo para não sofrer as consequências no meu próprio bolso e ver o meu imaculado registo fiscal arrastado pela lama. “A vida é difícil minha amiga”, pareciam dizer entre as linhas do seu discurso incompreensível.

Pois bem, apontaram-me a solução que não só não solucionou nada como ainda me criou um problema gigante com as Finanças, o outro bicho papão da mesma família. Coimas, noites mal passadas, um arrastar constante da situação e eis que, em Junho, recebo uma cartinha da própria Social Security a dizer que estava isenta e não teria de pagar absolutamente nada de Janeiro a Junho. Ora qual não é o meu espanto quando me dirijo à sede dos ditos cujos e uma senhora muito tranquilamente me diz: “A menina não tem de pagar absolutamente nada, a sua situação está perfeitamente regularizada!”. Nesse momento, a minha veia nervosa começa a ficar do mais nervosinha que há e passam pela minha cabeça imagens de destruição, muito sangue e lágrimas! Muito calma, pergunto o que vai ser então de todo o dinheiro que paguei até aí, mais uma vez a senhora tranquilíssima retalia e diz: “Ah menina, isso tem de escrever uma carta, voltar a uma repartição das nossas e esperar pelo reembolso.” Isto sugerindo que nem sequer tinham previsto devolver-me o valor e que é coisa para suceder lá para o ano de 2014 (estou a ser bastante positiva neste ponto, confesso.)

A braços ainda com o problema nas Finanças (mais uma vez reforço, criado pelas mentes brilhantes da S.S) embarco em nova batalha e tiro mais uma senha para falar com um senhor que decididamente não estava com muita paciência para fazer o trabalho dele e dispensar 10 minutos a ouvir o filme indiano que tem sido a minha vida. Devia estar num dia não, coitado, todos temos desses dias, embora acho que é de extrema importância conduzir um estudo de investigação sobre a quase sempre presente falta de paciência, educação e ética com a qual os ditos cujos funcionários públicos tratam os comuns mortais (ignorantes das leis absolutas e imutáveis destas instituições, pobres seres humanos destituídos de inteligência que teimam em cometer actos de estupidez, pois têm especial fixação em pagar coimas e ter problemas com o sistema fiscal). Acho que os resultados seriam surpreendentes! Ou não.

Pois bem, o tal senhor lá aceitou o meu requerimento, que vai agora para aprovação do Lord Almighty lá da repartição, dizendo que “cada caso é um caso” e como eles lá gostam que as pessoas vão inquietas para casa (mantém viva esta chama entre nós!), não me deu nem uma centelhazinha de esperança para o mês de espera que se avizinha.

Apesar de tudo isto, dá-me um calorzinho cá dentro pensar que a nossa história de amor ainda não acabou!

2 comentários:

Paty disse...

"Sangue, labuta, lágrimas e suor". Mas labuta sempre, amiga! Não há hipótese xD

Andielicious disse...

Isso ou ir à bruxa! xD